Edições Especiais com Editores Convidados: como aplicar as novas diretrizes da COPE

A explosão de “edições especiais” e coleções temáticas virou atalho para crescer audiência e acelerar discussões científicas — e, infelizmente, também um flanco aberto para abusos editoriais. Em julho de...

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Em 18 de julho de 2025, Raquel Freitag publicou no SciELO em Perspectiva um diagnóstico da dependência de modelos de IA em inglês e a urgência de incorporar a diversidade linguística brasileira ao treinamento de LLMs. Freitag relata que sistemas de atendimento automático mostram limitações notórias quando não compreendem variações regionais ou estruturas morfossintáticas do português, gerando frustração em serviços essenciais como INSS e SUS.

Para superar esses desafios, a autora propõe a criação da Plataforma da Diversidade Linguística Brasileira, iniciativa aprovada em mérito pela chamada CNPq/SECTICS/CAPES/FAPs 46/2024 do INCT, mas ainda sem financiamento. A plataforma reuniria corpora anotados de diferentes variedades do português — incluindo línguas indígenas, de imigração e sinalizadas — com protocolos padronizados de transcrição, alinhamento e etiquetagem morfossintática, reduzindo custos computacionais e impactos ambientais.

Freitag enfatiza que dados estruturados de projetos de linguística existentes, como o NURC, encontram-se ociosos em repositórios e precisam ser organizados para alimentar modelos de IA mais justos e sensíveis à realidade brasileira. Essa curadoria não só aumentaria a precisão em tarefas como transcrição de teleconsultas no SUS e reconhecimento de Libras, mas também atenderia às metas da Ação 9 do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, de desenvolver LLMs nacionais que reflitam a riqueza cultural e linguística do país.

Ao articular linguistas e desenvolvedores, a proposta busca garantir justiça social e representatividade, promovendo avanços em saúde, educação e inclusão digital. Com essa iniciativa, o Brasil daria um passo crucial para reduzir vieses, proteger direitos autorais e tornar a IA uma aliada mais eficaz das necessidades locais.

Mais informações: SciELO em Perspectiva


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